quarta-feira, 28 de março de 2012

Viver é desenhar sem borracha


Poeminha da Negação da Afirmação
Sou um homem bem comum
sem nenhuma aspiração.
Não quero ser general
e muito menos sultão.
Sou moderado de gastos,
de ambição reduzida,
não sonho ser big-shot
estou contente da vida.
Nunca invejei o próximo
nem lhe cobiço a mulher,
pego o meu lugar na fila
e seja o que Deus quiser.
Não sou mau pai nem mau esposo,
grosseiro nem invejoso
- só um pouco mentiroso.
Millôr Fernandes

terça-feira, 27 de março de 2012

Os quartos de escritores famosos

A intimidade dos escritores é sempre interessante para aqueles que leem seus livros. Por isso, separei algumas fotos de quartos de autores famosos, tiradas de um post do blog Apartment Therapy:


Quarto de Truman Capote, pioneiro do jornalismo literário e autor de A Sangue Frio e Bonequinha de Luxo, em uma praia da região The Hamptons.


Virginia Woolf, grande autora inglesa, tinha um quarto recheado de livros, alguns dos quais ela mesma recuperou, usando papel colorido.


O mais bonito da lista, na minha opinião, é o quarto do escritor Ernest Hemingway, autor de Por Quem os Sinos Dobram, O Velho e o Mar e Paris é uma Festa, entre outros.


Flannery O'Connor, autora norteamericana, escrevia a maior parte de suas obras no quarto. Seu estilo "gótico sulista" retratava histórias em cenários regionais e com figuras grotescas.


Sylvia Plath passou vários meses no Hotel Barbizon para Mulheres. Esta foto é de uma propaganda do hotel e sugere como devia ser o quarto de Sylvia naquela época.


Quase um quarto de palácio. Este era de Victor Hugo, no Place de Vosges, em Paris. Repare na escrivaninha no canto esquerdo da foto; ela está sobre um outro móvel. Como a Chris Menezes comentou no post Os escritores e suas idiossincrasias – I, Victor Hugo escrevia em pé.


A poeta Emily Dickinson teve uma vida reclusa e introvertida. Ela escreveu a maior parte de sua obra neste quarto.


Marcel Proust sofria de asma e alergias e, por isso, seu quarto era preparado para protegê-lo. Todas as aberturas eram cobertas ou bem vedadas e as paredes e o teto eram cobertos por cortiça.



terça-feira, 20 de março de 2012

Um post apocalíptico



“A Terceira Guerra Mundial eu não sei como será, mas a Quarta será lutada com paus e pedras”

Albert Einsten




Muito já foi escrito sobre as Guerras Mundiais, entretanto, há 2 anos, um livro peculiar cruzou o meu caminho... ele falava sobre a Terceira Guerra Mundial!

Já sei, alguns dirão: “ficção científica? Não, obrigado.” A primeira coisa que vem à mente são robôs, raios laiser, naves espaciais... tudo isso acontecendo em um futuro distante.

Porém, o livro em questão narra não uma guerra futurista, mas sim um conflito que teria acontecido no ano de 1985, com as tecnologias da época. A história conta como seria se a Guerra Fria tivesse esquentado de vez. Essa ficção apocalíptica seria apenas mais um livro se não fosse por um “detalhe”: ela foi escrita por oficiais-generais e conselheiros da OTAN, as pessoas responsáveis pelo planejamento e comando dos exércitos ocidentais caso a guerra tivesse realmente acontecido. Esse fato modifica completamente a visão do leitor e faz com que o livro ganhe em emoção, porque ganha em verossimilhança.

O estilo de escrita simula um relatório militar, o que faz com que a história pareça ainda mais real.

A Terceira Guerra Mundial – Agosto de 1985, assinado pelo General Sir John Hackett e escrito em 1979, é um livro que resgata em nós um medo antigo, que achávamos que havia sido enterrado com a Queda do Muro de Berlim, mas que, no fundo, sabemos que é só questão de tempo.

Tic-tac, tic-tac...



P.S.: As imagens usadas neste post foram retiradas do clipe do Pearl Jam "Do The Evolution". Para quem quiser dar uma conferida, segue o vídeo:

quarta-feira, 14 de março de 2012

Lista de regras para escritores

George Orwell, autor de obras famosas como A Revolução dos Bichos e Na Pior em Paris e Londres, criou em 1946 uma lista de regras para escritores, publicada no ensaio chamado Politics and the English Language (Política e a Língua Inglesa). Veja o que ele nos deixou de dica:

  1. Nunca use uma metáfora, comparação ou outra figura de linguagem que você costuma ver com frequência em textos impressos.
  2. Nunca use uma palavra longa quando uma palavra curta puder dar conta do recado.
  3. Se for possível tirar uma palavra, tire-a.
  4. Nunca use a voz passiva quando puder usar a ativa.
  5. Nunca use uma frase estrangeira, uma palavra científica ou um jargão se puder pensar em um equivalente de uso corriqueiro no inglês.
  6. Quebre qualquer uma dessas regras antes de dizer algo totalmente atroz.

terça-feira, 6 de março de 2012

A tradução no Brasil é tão ruim assim?

Um artigo da Revista Época está causando rebuliço entre os tradutores. O autor, Luis Antonio Giron, afirma que é cada vez mais fácil encontrar traduções mal feitas no mercado literário brasileiro.

Ele fala de erros de revisão (gramática, ortografia etc) e da falta de cultura geral nos tradutores, o que os leva a traduzir de maneira errada termos, nomes e ideias.

Para alguém que quer fazer uma crítica tão ferrenha, faltou a Giron citar nomes e exemplos. Livros cheios de erros de revisão? Aponte-os, diga quais são. Erros de tradução? Explique-os.

É claro que é muito mais fácil generalizar, dizer que a parcela de bons tradutores no Brasil é inexpressiva e jogar uma série de "verdades absolutas" sem, em nenhum momento, mostrar dados ou estatísticas para justificar suas acusações.

"Muitas traduções ruins" e "poucos tradutores bons" ficou um pouco vago, não?

Pior ainda dizer que esses erros são inaceitáveis nos tradutores, mas, nos jornalistas... veja bem... esses erros são desculpáveis, acontecem... Assim ficou fácil, não?

Quem quiser ler o artigo:
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