Há muitos anos, tive em minhas mãos um livro cujo título não lembro, mas era algo como “100 dicas para proteger sua casa contra assaltos”. À primeira leitura, achei o livro bem interessante, porém, algo me incomodou: para ensinar como defender o seu lar, o livro ensinava como os bandidos agiam, como eles escolhiam os alvos, como desligavam alarmes e como arrombavam os diferentes tipos de fechadura. Ora, não era somente um livro sobre segurança residencial, era também um manual de como assaltar casas! Tudo dependia apenas da intenção do leitor.
Um exemplo mais atual são os livros sobre como proteger o seu micro do ataque de um hacker. Esses livros terminam indicando para o leitor de má índole portas de acesso ao computador alheio.
Querem mais um exemplo? Tenho um livro chamado Contra-ataque – para vencer a guerra contra o terrorismo, este se propõe a debater o problema do terrorismo e indica medidas de contraterrorismo. A iniciativa é boa, porém, também ensina como esconder um dispositivo de lançamento de foguetes em um carro, ensina como o tanque de combustível de um carro-bomba deve estar para que a explosão seja bem-sucedida, ensina a escolher alvos, entre outras coisas. Eis aí uma cartilha de terrorismo.
Fica a pergunta: o que fazer quanto a isso? Sinceramente, eu não tenho uma resposta. Talvez um pouco mais de cuidado da parte dos escritores e editores. É possível indicar qual fechadura é a mais segura sem ensinar como arrombar as outras.
Há quem sugira a proibição de livros assim. Discordo e, automaticamente, lembro-me do embargo que a ONU impôs ao Iraque antes da guerra que depôs Saddam Hussein. Entre os produtos que esse país não podia importar, estavam lápis e canetas. Isso mesmo, lápis e canetas! Temia-se que a tinta ou a grafite fossem utilizadas na fabricação de armas químicas. A ONU optou pela proibição, a solução mais simples, e quase fez com que toda a população de um país voltasse ao tempo das tábuas de argila. Sorte dos iraquianos a penicilina não poder ser usada para a fabricação de armas biológicas.
Um exemplo mais atual são os livros sobre como proteger o seu micro do ataque de um hacker. Esses livros terminam indicando para o leitor de má índole portas de acesso ao computador alheio.
Querem mais um exemplo? Tenho um livro chamado Contra-ataque – para vencer a guerra contra o terrorismo, este se propõe a debater o problema do terrorismo e indica medidas de contraterrorismo. A iniciativa é boa, porém, também ensina como esconder um dispositivo de lançamento de foguetes em um carro, ensina como o tanque de combustível de um carro-bomba deve estar para que a explosão seja bem-sucedida, ensina a escolher alvos, entre outras coisas. Eis aí uma cartilha de terrorismo.
Fica a pergunta: o que fazer quanto a isso? Sinceramente, eu não tenho uma resposta. Talvez um pouco mais de cuidado da parte dos escritores e editores. É possível indicar qual fechadura é a mais segura sem ensinar como arrombar as outras.
Há quem sugira a proibição de livros assim. Discordo e, automaticamente, lembro-me do embargo que a ONU impôs ao Iraque antes da guerra que depôs Saddam Hussein. Entre os produtos que esse país não podia importar, estavam lápis e canetas. Isso mesmo, lápis e canetas! Temia-se que a tinta ou a grafite fossem utilizadas na fabricação de armas químicas. A ONU optou pela proibição, a solução mais simples, e quase fez com que toda a população de um país voltasse ao tempo das tábuas de argila. Sorte dos iraquianos a penicilina não poder ser usada para a fabricação de armas biológicas.